PROTEÇÃO RADIOLÓGICA - UM DEBATE QUE PRECISAMOS FAZER

Estamos reproduzindo abaixo uma matéria tratando sobre a Proteção Radiológica extraída do site do Departamento de Diagnóstico por Imagem da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. É um assunto que ainda causa muita dúvida entre os servidores do hospital, neste sentido, estamos publicando esta matéria para auxiliar no debate sobre quais medidas de proteção são necessárias para os servidores, especialmente nos exames realizados dentro das Unidades de Internação, UTI e Centro Cirúrgico.

Quais os principais malefícios à saúde do trabalhador em curto, médio e longo prazo?

Efeitos determinísticos decorrentes da radiação (catarata, eritema, perda de fertilidade, etc.), não são observados para os trabalhadores para esta faixa de energia utilizado no radiodiagnóstico. Efeitos estocásticos (acumulativos), tais como o câncer, são muito pouco prováveis. Respeitando-se as normas de proteção bem como os 20 mSv anuais, não são observados efeitos biológicos das radiações ao trabalhador. Estudos indicam que a incidência de câncer em trabalhadores com radiação, é a mesma de que trabalhadores que não são expostos à radiação ionizante.

Como se proteger da radiação?

A forma mais eficaz de proteção ainda é a distância da fonte emissora de radiação. Por exemplo, um equipamento de raios-X portátil, operando em UTI, considerando-se uma distância de 2,5 m do aparelho ou do paciente, equivale a um biombo de chumbo, e, portanto não é plausível que as equipes de enfermagem entrem em pânico ou corram quando são executados estes procedimentos no leito do paciente. Outra forma importante é a blindagem, seja através de aventais de chumbo ou de biombos. Fisicamente, a proteção radiológica dos trabalhadores é em função da radiação espalhada no paciente, e, portanto, a forma adequada de proteção é a utilização de colimadores para a limitação do feixe de Raios-X. Em exames de UTI neonatal, sugere-se que os recém-nascidos que precisam ser submetidos a exames radiológicos utilizem a colimação como proteção, tanto do paciente e quanto do operador, e que ele não seja retirado da incubadora ou berço aquecido. Em exames do centro cirúrgico é essencial a colimação para evitar a degradação da imagem pelo espalhamento e a irradiação desnecessária dos trabalhadores. A utilização de técnicas radiográficas com baixos valores de mas efetivamente reduzem o risco de irradiação de pacientes e trabalhadores. A reutilização de químicos de revelação e o uso de ecrans desgastados e de aparelhos radiológicos descalibrados requerem maior dose de radiação, comprometendo a proteção radiológica.

Quais os principais EPIs necessários? Como eles contribuem para segurança?
Os principais EPIs são os aventais de chumbo, protetores de tireoide e óculos com equivalência em chumbo, e fornecem uma proteção de 90% com relação à radiação espalhada. Outra forma de proteção é a utilização de dosímetros termoluminescentes (TLD), para a verificação da dose do trabalhador. Este dosímetro deverá ser utilizado acima do avental de proteção. Em tomografia de múltiplos cortes, recomenda-se que a enfermagem utilize a proteção de tireoide durante a administração do contraste.